Não odeio ninguém, não vejo vantagem em odiar.
Aprecio até demais os (d) efeitos alheios. Não potencializo minhas
tristezas, nem maximizo meus fracassos e decepções. Não envaideço com
minhas alegrias, tão pouco as exibo como troféus, superioridades ou mérito exclusivo.
Eu sinto. Apenas sinto. Às vezes o sentir se externa, outras cala-se em
anonimato. E como todo sentir, os meus sentimentos são transitórios e
inconstantes. Sei amar e isso já me basta como a humana que sou. Isso
transforma todo o resto e todo ruim vira bom e todo mais ou menos vira
bom e eu fico bem.
Alguns julgam-me fria, premeditada, uma
estátua sem alma. Exagerados. Outros uma poetiza, uma eterna menina, uma
essência a flor da pele. Romancistas.
Concluo! Cada um vê em
mim o que lhe apetece. O olho também come, degusta, saboreia e como tudo
que é comido, pode fazer bem ou não.