as variações do prazer
variam entre
o gozo
e
o bobo
quarta-feira, 28 de maio de 2014
Que coisa
não tem coisa mais chata
que coisa nenhuma
querer qualquer coisa
achando que é
coisa alguma
que coisa nenhuma
querer qualquer coisa
achando que é
coisa alguma
A coisa
a coisa toda perdeu o sentido:
fez nó
fez fita
fez arte
fez só
a coisa toda meteu os pés pelas mãos
- matou a coisa pouca
agora
é
coisa
alguma
fez nó
fez fita
fez arte
fez só
a coisa toda meteu os pés pelas mãos
- matou a coisa pouca
agora
é
coisa
alguma
Nudez
dos amores invertidos
prefiro os que surgem
nus
nus de mentiras
nus de vaidades
nus de orgulhos
nus de traição
e se couber tirar
mais alguma coisa
pediria que esse amor
viesse até sem roupa
prefiro os que surgem
nus
nus de mentiras
nus de vaidades
nus de orgulhos
nus de traição
e se couber tirar
mais alguma coisa
pediria que esse amor
viesse até sem roupa
segunda-feira, 26 de maio de 2014
Gostos
gosto da poesia
do verso
da rima
da gíria
gosto da bobagem
do pacato
do silêncio
da malandragem
gosto do tambor
do batuque
do ruído
da guitarra
da bateria
gosto do laço
do aperto
do nó
do trançar
dos cadarços
gosto da água fria
do gelo
da neve
da língua dormente
da sacanagem
gosto da capela
da voz no ouvido
do ar reprimido
do gemido
do reger de dentes
da boca aberta
gosto do comício
do discurso vivo
do sangue pulsando
do grito de ideais
das mãos levantadas
em praça aberta
gosto da cachaça
da água ardente
da alma quente
do fogo em brasa
do chimarrão
do quentão
do pinhão
gosto do queixo
dos olhos
da nuca
das mãos
da bunda
gosto de inventar
que gosto
fingir a preferência
colocar ponto
em poesia que
tem reticências
do verso
da rima
da gíria
gosto da bobagem
do pacato
do silêncio
da malandragem
gosto do tambor
do batuque
do ruído
da guitarra
da bateria
gosto do laço
do aperto
do nó
do trançar
dos cadarços
gosto da água fria
do gelo
da neve
da língua dormente
da sacanagem
gosto da capela
da voz no ouvido
do ar reprimido
do gemido
do reger de dentes
da boca aberta
gosto do comício
do discurso vivo
do sangue pulsando
do grito de ideais
das mãos levantadas
em praça aberta
gosto da cachaça
da água ardente
da alma quente
do fogo em brasa
do chimarrão
do quentão
do pinhão
gosto do queixo
dos olhos
da nuca
das mãos
da bunda
gosto de inventar
que gosto
fingir a preferência
colocar ponto
em poesia que
tem reticências
terça-feira, 20 de maio de 2014
A vida se faz de escolhas.
Mas tem escolhas que nos escolhem.
Tem decisões que nos acolhem e indecisões que nos recolhem.
É um repetir de sim ou não.
E se não tem resposta, a dúvida se torna escolha, mesmo sem ter sido opção.
Todo dia uma alternativa.
Toda alternativa um dia.
Toda uma vida como resultado das alternativas escolhidas.
É um repetir de sim ou não.
E se não tem resposta, a dúvida se torna escolha, mesmo sem ter sido opção.
Todo dia uma alternativa.
Toda alternativa um dia.
Toda uma vida como resultado das alternativas escolhidas.
quarta-feira, 14 de maio de 2014
AMIGO
a mão no ombro
tão esperada
nem macia, nem pesada
vem do braço de um amigo
que nos cura lentamente
sem dizer um ruído
tão esperada
nem macia, nem pesada
vem do braço de um amigo
que nos cura lentamente
sem dizer um ruído
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