quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Ciência


uma ideia

. diversão.

em nome da
ciência
entreguei-me
em suas mãos
como mero
experimento de
manipulação

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Opostos

EU - luto pra te encontrar

&

VOCÊ - sem esforço me perde


Jogo dos Sentidos

respiro fundo

um
novo
gosto
chega
em
meus
ouvidos

dentro da boca
explode invasão
musical

o cheiro
de vida nova
entorpece
meus olhos

toco-me
como
se fosse
a primeira
vez

Amor Verdadeiro

que
cada
ser
prove
um
amor
verdadeiramente
livre
em
sua vida:

o próprio.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Chegará o dia

chegará o dia
em que voltará
como sempre fez

na ponta dos pés
sem produzir ruído
algum

encontrará meu telefone
na sua lista de contatos
buscará meu nome
no computador
cruzará próximo
ao meu endereço

como sempre fez
você lembrará de mim
sentirá vontade de me ver
desejará o gosto do meu corpo

como o velho amigo
como o único amor
como o dono de todas as chaves
como o executor da minha solidão

chegará o dia
que eu vencerei o sim
que o amor por mim
gritará como se fosse sua morte
que todo meu corpo
suplicará piedade
que minhas entranhas amarrarão
meu inverso
que o coração sairá de cena
e se esconderá em um local
de inverno

chegará esse dia
em que não mais
estarei aqui pra ti

che
ga

Verbo In Verso

conjugando verbos
conjuguei a vida
feito os versos
os leio sem tempo certo
apenas os leio

e os julgo

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Surpresa

aberta
a
caixinha

dentro
a
supresa
se
escondeu

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Medo



o
medo
mói
a
mente

que

doente
mói
a
gente

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Melodia

coração sozinho
toca uma música
no interior
de seu jardim

não entendo
a melodia
que antecede
ao seu fim

escuto atentamente
repetidas vezes

o cérebro miúdo
não decifra confuso
as notas exclusivas
que descrevem
a mim

Desisto

sem
proteção
te sigo

ao ver-te
em  outra
direção

desisto

Divagando

sem
explicação
transito

em meio
a possível
decisão
caminho

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Nuvens que confundem

não posso definir nós dois
por vezes preferiria
ouvir mais vezes
você dizer que não

quando os sentimentos
parecem desacordados
a paz fazer sentido

estamos cara a cara
um com o outro

parece que sempre
estivemos congelados
naquele cenário de união
com as almas fundidas

ambos negam-se
prosseguem suas vidas

mas há sempre reencontros
que prendem feridas
que curam saudades

confundindo o que somos
agora na verdade

Análise do Amor

o amor não tem
forma
cor
cheiro
espessura
temperatura

o sabor que nos enche a boca
o torna por vezes amargo
doce
melado
azedo
salgado

não existindo sabor
o amor é contato
cobiça do objeto olhado

se olho quero
se toco sinto
se provo como

o amor é soma de sentidos
se não dominar todos
um a um é perdido

ou não

Sabores

posso provar
beijos
carícias
palavras de amor

mas o sabor
dos pensamentos
que devoro

não posso
servi-lhe como
ceia

são só meus

O Bom do Namoro

beijos longos
saudade insuportável
despedidas difíceis
presentes em todas as datas
novidade de dormir
de vez enquando juntos
animação de ir no cinema
gosto bom da pizza
promessa do para sempre

a certeza de que cada
um tem a sua casa

A Jabuticaba


ainda que
doce e
pequena
a jabuticaba

seu gosto
pode ser
amargo e
imenso
conforme o
azedo das
mãos que
a colheu

só quem ama

sabe
o
passar
do
tempo
que
não
passa

só quem ama

O silêncio do amor

sentimento
é
mudo

não
dizer-te
eu te amo

é
falar-te
em
silêncio
do amor
que sinto

Noite

sou
poeta
noturna

as estrelas
revelam o
que a luz
ofusca

Brisa

o
vento
leva
leve

o
sopro
que
sou

Leitura Interior

conhecendo-me por dentro
detecto dois obstáculos

- não tenho olhos
- não entendo braille

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Família

sinto um amor
por vocês
que completa
minha existência
traz de volta
aquela velha essência
abandonada quando
fiz as malas
quando os tenho
tudo se torna
o mais importante
toda mágoa
contém justificativas
cada lágrima que escorre
preenche ainda mais
a saudade adquirida
todo eu te amo
que provém de
seus carinhos
retém minha vida

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Mapa Pitoresco



nas avenidas que desenham
minhas curvas
mãos não transitam meu corpo
beijos não correm loucos
carícias não atravessam
o sinal vermelho

existe uma falta de congestionamento
uma síndrome de cidade pequena

tudo virou
legal
gentil
tranquilo
passional

o calor aquece o asfalto
que produz efeito picante em mim

latejo, desejo, queimo

gotas despretenciosas
inundam as travessas e
esquinas que me compõem

afogada pelas calçadas
escorro pelo bueiro

alimento ratos, baratas
coisas escuras e silenciosas

quando o dia amanhece
viro o sol nas minhas casas
pequena flor de um jardim
que cresce e morre
nos campos que me vestem

Página em Branco

como página em branco
quero escrever sobre mim
recomeçar uma história
sem nenhum rabisco
apagado outrora

sem nenhum borrão
fragmentado dos
dias em que vivi

não sei quem eu sou
não conheço essas lágrimas
desconheço o amor

sentada olho os prédios apertarem-se
uns nos outros, tornando um
pedaço do outro

cadê meus pedaços?

onde que me encostei
porque nos meus lados
só habita minha solidão

hoje quero ser caneta
cheia de tinta

esperando por mãos que
façam traços no papel
branco que me tornei

Além do Azul


além
da
janela
o
céu
invade
meus
olhos
lembrando
o
azul
dos
seus

Pertencer

quando
me
pertencer

verás
que sou
comum

nada
tens
a temer

Outros Braços

tenho-lhe
guardado
em
um
abraço

te solto

e
logo
se joga
em outros
braços

Os mundos que me habitam

dentro
de
mim

habitam
alguns
universos

por vezes
colidem-se
em outras
se desconhecem

Se Nada

se
nada
der
certo

tudo
bem

vem
errar
dentro
do
meu
universo

Mel

sem sentido
esvaia
pelos poros
o mel
que
não
recebia

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Vaidade


quase sempre
há infinitas possibilidades
de realizarmos
novos desfechos

trilhar recomeços
redimir os erros

de tudo
elimine
a
vaidade

ela
adora
destruir
as
possibilidades

Perdição

lamentável
perda de tempo
de vida
de sonhos
de realismo

repugnante
investimento barato

livros copiados
empilhados
articulados
viciados em transitarem
embaixo de braços
sobre púlpitos falsos
devoradores de almas desesperadas

essa babozeira ditada
tem a voz
dos mercenários
mascarados

seguidores em massa
almas vendidas
a troco de nada
preenchimento de vazios
conversa furada

ignorância de uma nação
que interrompe suas vidas
em prol do que chamam
de mundo cristão

o Deus desaba
caí do céu
pedindo perdão

entenderam tudo errado
fizeram de um livro
uma vida de escravidão

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Cegueira Social

o olho externo
não transforma
o que necessita
de mudança
interna

isso é ilusão ótica
cegueira invertida

quem sente
não precisa
de evidências
para estimular
suas ações/emoções

Coisas da Solidão



estar
solteira
no verão

é

abraçar
o vento
com as
duas mãos

Oco

o novo ser
repudia
hipocrisia

afugenta
felicidade
ofertada
por
pessoas
vazias
:
esse teu
oco
tem
muito
eco

o
meu
recita
versos

Troca Injusta

estamos:

esvaziando
a palavra amor
injetando a palavra sexo

fazer amor
virou piada
das putas
de boteco

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Inventando

nesse
mundo
de opção

viro caixa de brinquedo

pequeno
parque
de
diversão

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Ocasião


diante
do
acaso

me
dispo
de
ocasião

roupa é desnecessária
em ligeira situação



domingo, 5 de fevereiro de 2012

Desperdício


queria ter
aproveitado melhor
você no escuro

acariciado sua pele
com mais destreza
hipnotizado seus sentidos
com a lingua
mordido seus ouvidos
com gentileza

minha cabeça em parafuso
perdeu-te em segundos
ficar longe de ti
virou meu escudo

Memórias de uma Xícara


dos objetos
que pendiam na estante
na alça da xícara
estava eu

louça fina
embranquecida
pintada pelos dedos
a que pertenceu

Meu corpo


sou tecida de sentimentos
bordada em ilusões

das linhas que me costuram
sou o fio feito a mão

Revelação


bocas famintas por beijos
peles sedentas de carícias
cabelos dançando entre os dedos

corpos alinham-se
olhos aflitos se encaram

ardente de emoção
ele faz a pergunta
prescrita do ego
convicto de sua glória

quer saber se ela ainda sente
o mesmo prazer
se ele a completa
com todo aquele querer

ela pausa emudecida
perplexa pela pergunta fatídica 

o corpo dela ouriça
o tesão dele se vai

responde em voz passiva

foste meu pensamento
do dormir ao amanhecer
sonhei com música
beijos
ter em mim, você

hoje não sinto nada disso
sua demora
fez tudo desaparecer

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Unção


na paixão por palavras
saboreio-te inteiro
encaixo-me como letra
monto nossas almas solitárias

essa paixão traiçoeira
embriaga-me de poesia
distraindo os receios
instalados pelos traumas de outra vida

a distância que persiste
em ser opção
é embaraço de dúvidas

chego a conclusão:

covardia
não
combina
com
paixão

proponho-te que
façamos poesia
de corpos

com letras extraídas das peles
nas rimas melodiosas dos seres

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Status



não estou disponível
na espera
em período de especulação

o vazio que me enche
é o cheio que não
quero mais em mim

Estiagem


o deserto queima no peito
percorre minhas veias
cega o horizonte desse ser
não há miragem
não há nada
só calor
e estiagem