nas avenidas que desenham
minhas curvas
mãos não transitam meu corpo
beijos não correm loucos
carícias não atravessam
o sinal vermelho
existe uma falta de congestionamento
uma síndrome de cidade pequena
tudo virou
legal
gentil
tranquilo
passional
o calor aquece o asfalto
que produz efeito picante em mim
latejo, desejo, queimo
gotas despretenciosas
inundam as travessas e
esquinas que me compõem
afogada pelas calçadas
escorro pelo bueiro
alimento ratos, baratas
coisas escuras e silenciosas
quando o dia amanhece
viro o sol nas minhas casas
pequena flor de um jardim
que cresce e morre
nos campos que me vestem
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