segunda-feira, 30 de maio de 2011

Desabafo a Analista

Oi,

Conforme mandaste mensagem vou desabafar um pouco por aqui.

Tem sido dias muito dificeis. Digo dificeis até demais. Oscilo entre momentos de tranquilidade, muito trabalho e motivação profissional e quando sozinha no início do dia, em um intervalo ou no final do dia, me vejo doente, com dor profunda, com saudade. Me vejo sozinha na cama, sem ele do lado.

Penso em tudo que conversamos na última consulta, penso nas palavras sábias da minha mãe... mas parece que tudo evapora de repente e só sinto saudade do ".....". Saudade de conversar com ele, de dar um abraço forte, de tentar entender o que acontece nessa relação, por que insistimos tantas vezes, se todas elas parecem errôneas agora nesse vazio.

Fui para Livramento sábado e domingo pra não ser tentada a fazer qualquer tentativa de volta no final de semana. Chorei muito no caminho de ida dentro do ônibus, lembrando que tudo iniciou lá e que quis muito que desse certo.

Cheguei agora da rodoviária, e a volta foi mais tranquila, mas não menos doida.

Não aguentei e mandei uma mensagem pra ele logo depois que sai de lá, dizendo que mais uma vez ele ia embora e levava um pedaço de mim e que eu amava muito ele.

Sei lá... na hora me veio a cabeça que já fazia uma semana e que mais uma vez eu ia me condicionar a ficar em silêncio sem tentar nada, passiva a decisão dele de fim.

Acho que fiz errado, com certeza bem não fiz.

Ele respondeu "Eu sou um merda. Me perdoa um dia..."

Dai me perdi no momento e mandei outra msg super apaixonada, dizendo que se alguém era merda, era eu, que não conseguia não amar ele, e que meu amor nunca se transformaria em ódio, que talvez adormecesse, mas que ele ainda seria meu amor, e que ele me perdoa-se por eu amá-lo tanto.

Então ele enviou uma última mensagem cortando a conversa: "Espero que Deus guarde muitas coisas boas pra ti. Que tire de mim pra te dar. Pois não sou merecedor de nada digno. Por favor, paramos por aqui. Fica com Deus."

Eu respondi: ".......", tu sabe que não funciona assim. Mesmo tu tendo outra pessoa, isso não te faz indigno. Encontra a tua felicidade, e que Deus não te tire nada pra isso, mas lhe dê sabedoria com quer for ou como for. Deus sabe o valor de cada um e nós já paramos e faz anos... tu sabia e eu tbm."

Enfim, quis dar meu ar de última palavra com superioridade e compreensão da situação. De novo escrevi e levei pro lado da traição, de ter "outra pessoa" na vida dele.

Escrevi uma compreensão inexistente, na verdade não compreendo é nada, estou mutilada com a situação, ora tento ver luz no fim do túnel, ora só consigo ver que dessa vez acabou sem sobras... o tempo e silêncio vão arrasar com tudo, nem amigos voltaremos a ser.

Sofro ao pensar que ele não se sente digno, que se sente um merda... que não sabe viver bem, que talvez esteja construindo uma distância entre nós baseada nas teorias e frustrações que tem de amor. Sofro em pensar que ele está sozinho e não quer minha ajuda, ao contrário, quer ficar assim, bem longe de mim.

Ao mesmo tempo vejo que ele se presta a responder... que sente o momento também ou apenas tem "pena" e quer me confortar como preço da culpa.

Realmente não estou confortável agora, orei muito a Deus e peço com toda força que arranque essa dor ardida, esse buraco no estômago, essas lembranças de um casal que não existe, de um amor sem base, sem reciprocidade.

Peço a Deus a sabedoria que desejo a ele também, a sabedoria de me amar em primeiro, de não ver lógica nessa busca que estou fazendo.

Só me apego a Deus... e quero muito ser atendida por ele, penso que ele quer um amor mais "digno" pra mim, uma história menos chorada, menos instável.

Mas os planos de Deus são indecifráveis, preciso ir vivendo.

Vou até aqui...

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