tenho uma criança
que nunca vai crescer
adormece no peito
no sossego do ser
sem querer se corromper
sua única obrigação é
sobreviver
por fora da criança
figura uma armadura
imunda de feiura
cheia de vícios
disfarçada de capa adulta
às vezes moribunda
perambula
quando em atrito com a criança
rola uma sangrenta disputa
pela essência da doçura
perdida no vale da amargura
da vida dura
raramente elas se encontram
quando acontece
no centro do espelho
figura o absurdo
uma criança brincando
de ser prostituta
com a alma da adulta
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