sábado, 3 de dezembro de 2011

A Canção do Amor

O amor com certeza é um dos temas mais amplos e polêmicos que filósofos, poetas, religiosos e mundanos compartilham ao falar sobre o assunto.

Há alguns anos estive enferma pela ausência que sentia de alguém que amei muito e que em uma relação de muitas ídas e poucas vindas honestas, só causou-me dor. Desde que essa dor se alojou em minhas entranhas o amor tornou-se um fardo em minha vida diária, algo pesado, triste e “insipido” que por castigo divino ou providência humana teria que sentir por toda a vida ou por mais eternos dias tristes e noites longas.

O amor é algo triste e incompativel ao querer.

Foi então que li uma frase que dizia assim: “não se ama alguém que não ouve a mesma canção”.

Na ocasião o texto falava sobre música, e não entrando nos méridos da magnitude espiritual que nos eleva uma bela música, fixei meus pensamentos no amor. Afinal, sou romântica.

De repente eu não estava mais no livro, no quarto, no silêncio interrompido pelo ruído dos morcegos da madrugada, minha alma atingiu um estado nunca sentido, dentro de mim passava-se a compressão ainda que prematura do que é o amor.

Prontamente meus pensamentos fizeram uma viagem interplanetária dentro de mim conduzindo-me a uma cena que ficou presa na minha memória inconsciente.

O meu primeiro contato com uma criança autista.

Eu em uma sala, limitada ao entendimento do autismo (que pensava ter) e com memórias fragmentadas de pessoas iguais a mim em ignorância falando do assunto, sem nenhum conhecimento de convívio com o autismo.
Sem esperar ou planejar ou imaginar fui completamente rendida pelo amor.

Uma criança autista que nunca me viu, que não estava interagindo com o assunto do ambiente, se quer sabia de que carne e espinhos eu era feita pulou em cima de mim e olhando ternamente em meus olhos me abraçou com toda a força de seus pequenos braços e em silêncio fez eu me perder do mundo e compatilhar ali naquela dimensão paralela em que ela estava, um encontro de almas.

Eu, uma estranha, convicta que padecia de uma doença chamada amor, ele um anjo que sem saber nada de mim me amou intesamento com a doçura de um abraço.

Mesmo sem entender ou explicar, naqueles instantes nossas almas cantaram a mesma canção: o amor puro.

Enfim entendi! O mal que antes me adoecia a alma em nada se parecia com o amor.

2 comentários:

  1. Q belo texto transformado em "amor puro" Chris. Sabes? uma das minhas maiores paixões é justamente o filho de uma grande amiga q é autista. Ele demonstra algo tão imensurável q eu não saberia descrever aquí. Inclusive, já escreví uma poesia prá ele. Vou ti encaminhar. Bjs,

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